Era linda
Linda a menina
Recostada num pé não-sei-de-quê
Comia amoras e sujava seu vestido floral.
Florido era o campo em que estava a árvore
E cheio de frutos era o pé não-sei-de-quê
No qual estava recostada
Mas isso, isso de nada importava.
Linda
Linda era a menina
Que viajava em seus pensamentos
Em sua própria imensidão
Em seu universo, sua ilha particular
Que lhe tirava do recoste da árvore
E a fazia flutuar.
Flutuar num mar de amores
De sensações
De sabores
De um milhão de verões.
Verões e mares com gosto de mel
Um mel puro
Puro e fresco como o próprio céu.
Era linda
Linda a menina
Que nesse momento, admirava o pôr-do-sol
Que te tanto admirar
De tanto querer
Quase podia tocar
Mas lembrara de Ícaro e suas asas
Nesse momento, decidiu voltar.
Assistia o espetáculo
Como quem assiste "O Vento Levou"
Seus olhos brilhavam
Sua mente, novamente, voou.
E lá estava ela
A linda menina
Que comia amoras
Cheia de amores
Sujava o vestido sem perceber
Sem saber
Que seu amado
O mesmo pôr-do-sol
Estava a ver.
E sonhavam juntos
Os dois
Com as mesmas coisas
Sem ao menos, se conhecer.
Mas cá estou eu
A poetizar
O encontro de um casal
Que nem deveria se versar
Afinal, que sou eu
Para de amor falar?
(Tamires Alci)
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